Reflexões de investimento e empreendedorismo de Sun Yuchen em 2016: comprar Tencent, comprar Tesla, como ele previu esta era?
Não há como negar que Justin Sun é o tipo de pessoa que, uma vez que entende algo, age imediatamente.
Recentemente, a disputa comercial mais acirrada nos setores tradicionais foi, sem dúvida, a batalha entre Lao Luo e Xibei.
No final das contas, tudo gira em torno de uma questão simples: por que os “pratos pré-preparados” se tornaram tão comuns na restauração atualmente? A resposta se resume a quatro palavras: replicabilidade. Uma empresa só consegue se tornar um grande negócio se, como o McDonald's, conseguir manter a qualidade em 60 pontos e, ao mesmo tempo, padronizar seus processos.
Quem poderia imaginar que Sun Yuchen, há 9 anos, já havia explicado de forma muito clara essa lógica de “empreendedorismo em escala de 60 pontos”. Trazendo o foco da restauração de volta aos negócios e investimentos, você perceberá que uma série de “escolhas ousadas” feitas por ele naquela época — como comprar bitcoin em 2012, investir pesadamente na Tesla quando estava sendo vendida a descoberto, mudar de investidor para empreendedor, migrar de aplicativos para blockchain — seguem uma metodologia semelhante.
Ao revisitar o conteúdo do curso “O Caminho para a Revolução da Liberdade Financeira” de Sun Yuchen relacionado a investimentos e empreendedorismo, podemos encontrar as razões pelas quais o “Sun Yuchen dos anos 90” conseguiu acumular uma fortuna de dezenas de bilhões, bem como o seu quadro e lógica no campo do investimento e empreendedorismo. Isso também serve como uma referência valiosa para os jovens que ainda estão investindo e empreendendo hoje.
Para facilitar a leitura, o BlockBeats organizou, do mais simples ao mais complexo, os principais pontos da última parte do curso aberto sobre investimento e empreendedorismo, como a última matéria após “Sun Yuchen deu aula há 9 anos e viralizou na internet: por que não comprar casa, não comprar carro, não casar?” e “Por que os chineses não conseguem enriquecer por três gerações? Sun Yuchen deu uma resposta cruel há 9 anos”, encerrando assim o ciclo de conteúdos.
O cervo não passa a qualquer momento, você precisa esperar deitado
1. Em que se deve investir para enriquecer rapidamente?
Sun Yuchen: Na verdade, investir é um grande tema nesta fase, e muitas pessoas levam a vida inteira para aprender a investir.
Acho que hoje há muitos ativos que ainda são bons. Por exemplo, algumas ações de empresas de internet muito boas, como Tencent, que eu acho que, pelo menos por enquanto, comprar ações da Tencent não tem nenhum risco. Embora eu diga para não considerar a compra de imóveis como uma estratégia, se você tem muito dinheiro, comprar imóveis em Pequim, Xangai ou Guangzhou é uma boa opção, pelo menos em Pequim e Xangai não será um mau negócio. Mas nada disso é o que eu recomendo.
O que mais recomendo é investir em si mesmo, e isso eu já expliquei claramente antes. O maior problema da maioria das pessoas é que nunca perceberam que devem viver para si mesmas. Não acho isso nada egoísta, porque se você não consegue viver para si mesmo, como vai viver para sua esposa? Portanto, quando você investe em outras coisas, como imóveis em Pequim ou ações da Tencent, está ignorando que você mesmo é quem mais merece investimento.
Você entende mais sobre o preço dos imóveis em Pequim ou sobre o preço das ações da Tencent? Você não é Ma Huateng. Mas você com certeza se conhece melhor: sabe que tipo de pessoa é, quais são seus pontos fracos, onde precisa de avanços na vida e na carreira. Especialmente para a maioria dos nascidos nos anos 90 e 95, tempo e dinheiro são muito limitados. Se apertar o cinto para comprar 100 ações da Tencent por 20 mil, mesmo que em dois anos suba para 30 mil e ganhe 10 mil, seria melhor comprar mais ovos para comer, que ajudaria mais sua saúde. Acho que, neste mundo, exceto na loteria, não existe enriquecimento da noite para o dia, então não pense em investir em nada além de si mesmo.
Portanto, sob esse ponto de vista, o bitcoin para mim não é exatamente um “investimento” como todos entendem, mas sim uma crença pessoal, um voto na minha carreira. Se você trabalha na Tencent e acredita na empresa, eu recomendo que invista todo o seu dinheiro nas opções que a Tencent lhe dá, pois isso não é apenas uma ação da empresa, mas também sua carreira. Por isso, incentivo muito os jovens a entrarem em startups e adquirirem opções dessas empresas. É fundamental alinhar o investimento com sua carreira, pois, como indivíduo, você não tem muito capital, então precisa concentrar todos os recursos em si mesmo para alcançar o sucesso.
2. Como identificar o momento de compra? Fale sobre suas experiências de investimento em Tesla, bitcoin e Vipshop.
Sun Yuchen: Antes de falar sobre esses três investimentos, quero compartilhar alguns contextos macroeconômicos. Desde o colapso do sistema de Bretton Woods, liderado pelos EUA nos anos 70 e 80, o sistema financeiro global já se desvinculou do padrão ouro, apresentando uma tendência de inflação moderada a longo prazo. Mesmo sob o sistema do dólar, há emissão excessiva anual; Japão e Europa têm juros baixos ou negativos há muito tempo. Ou seja, deixar dinheiro no banco não rende juros e, na prática, desvaloriza. A impressão contínua de dinheiro pelos governos e a perda do poder de compra das moedas resultam no maior fenômeno mundial: dinheiro demais.
Voltando aos meus três investimentos: Tesla, bitcoin e Vipshop. Todos foram feitos entre 2011 e 2014, quando eu estudava nos EUA, e foram cotados em dólar. Aliás, mesmo morando na China continental, é possível investir em ativos em dólar: ações americanas e bitcoin podem ser adquiridos por canais regulamentados. Eu investi em ações americanas como não-residente fiscal dos EUA, então, conforme as regras, estava isento de imposto sobre ganhos de capital. Entre os três, Vipshop é uma ação chinesa listada nos EUA, Tesla é uma ação americana e bitcoin é uma criptomoeda cotada em dólar.
Para quem está começando a investir, a primeira lição é: o preço é importante. A qualidade da empresa e das pessoas é importante, mas o preço de compra é ainda mais. Bons ativos não são raros, o importante é a que preço você entra. Não vou detalhar agora como identificar boas empresas, mas sim falar sobre o “timing” com três exemplos de quando comprar.
Começando pela Vipshop. Acho que o melhor momento de compra foi no meio de 2012, quando a empresa fez um “IPO sangrento”. Quão ruim estava? Os primeiros investidores, Sequoia e DCM, estavam com grandes prejuízos: o preço da ação era US$ 6,5, enquanto a rodada B já havia sido a US$ 10. Muitos perguntavam: “Com o preço tão baixo, será que a empresa está acabando?” As razões eram basicamente três: primeiro, a crise de credibilidade das empresas chinesas listadas nos EUA, com Wall Street pessimista sobre empresas chinesas; segundo, o setor de e-commerce chinês estava sob pressão, com JD.com e Vancl em declínio; terceiro, a rodada C de financiamento da Vipshop não foi bem-sucedida, então a empresa teve que abrir capital sem ter captado recursos. Com essas três pressões, o preço caiu muito. Mas isso deu uma oportunidade aos investidores de varejo no mercado secundário: o mercado primário nunca deixaria um estudante como eu comprar, mas no secundário, podíamos comprar.
Agora, Tesla. O melhor momento de compra foi do final de 2012 ao início de 2013. Também havia três “baixos”, parecidos com Vipshop: primeiro, o setor de carros elétricos estava em baixa. Mercedes, BMW, Toyota, todos estavam tentando, mas sem sucesso, e o consenso era que o futuro era dos híbridos, não dos elétricos; segundo, Tesla tinha acabado de abrir capital e era alvo de vendas a descoberto em Wall Street. Muitos achavam que Elon Musk só sabia contar histórias e que a empresa não tinha substância, então apostaram contra; terceiro, a infraestrutura de recarga era uma incógnita: onde construir estações, quantas, seriam suficientes para viagens nacionais? Essas dúvidas eram comuns. Por isso, para uma boa empresa e um bom fundador, ser subestimado e enfrentar incertezas pode ser uma ótima oportunidade de compra. Investir é, essencialmente, testar suas convicções com a realidade; se você apostou nos híbridos e contra Musk, o mercado vai te ensinar. Pagar para aprender (desde que o risco seja controlado) ensina muito.
Por fim, bitcoin. Acho que o início de 2013, ou até antes, foi uma das últimas boas janelas de compra. Diferente de empresas, bitcoin era uma novidade. O maior potencial de novas tecnologias está em identificar a direção e essência certas antes que a maioria perceba, e se posicionar cedo. Portanto, dos três exemplos acima, a conclusão é simples: o melhor momento de compra geralmente é quando um “bom ativo/empresa” ainda não é reconhecido pela maioria. Claro, a pergunta inversa também vale: se a maioria não acredita, será que não é bom? O segredo é distinguir o motivo da descrença: se for por fatores quantitativos, como liquidez, timing, emoções de curto prazo, indicadores temporários, geralmente são resolvíveis; mas se for um problema de essência, como lógica de negócios, tecnologia ou tendência de longo prazo, aí é outra história.
No caso da Vipshop, o modelo B2C de vendas-relâmpago e a lógica de limpar estoques eram viáveis; a rota totalmente elétrica e a capacidade de integração da Tesla tinham potencial de longo prazo; a escassez e descentralização do bitcoin, em um contexto de excesso de emissão de moeda e inflação, também têm seu espaço. Bom ativo + ser subestimado + bom preço/momento: quando esses três fatores se alinham, é hora de agir.
3. Como conhecer uma empresa e sua visão? Como analisar os fundamentos e dados financeiros?
Sun Yuchen: Acho isso muito simples. As demonstrações financeiras das empresas listadas são claras e qualquer um pode baixar os relatórios anuais e trimestrais na página de relações com investidores do site da empresa. A visão geralmente está distante do que a empresa faz no momento, então é preciso julgar de forma abrangente. O que falo hoje é resultado desse julgamento; se quiser ver a versão da empresa, basta ir à página de RI e ler os relatórios. O relatório anual geralmente é mais detalhado e vale a leitura.
Quanto aos dados financeiros, acredito que 99% das empresas listadas nos EUA não ousam fraudar, pois o custo e as consequências são altos, então os dados são confiáveis. O importante é ver se esses números apontam para os problemas reais que a empresa quer resolver: se o dinheiro está sendo usado para as soluções certas, isso é fundamental.
Ter “ações originais” ou “opções” geralmente está distante do investidor comum. O público só pode comprar ações no mercado secundário. Não sonhe em conseguir “ações originais” ou “opções” de alguém. Se alguém te oferecer isso, provavelmente é golpe. Nenhuma empresa regulamentada distribui ações em larga escala ao público antes da oferta pública, isso não é permitido nem pela CSRC da China nem pela SEC dos EUA. Não se envolva nisso.
É possível conseguir opções? Sim, mas só se você trabalhar nessas empresas. Ações originais só para fundadores ou poucos parceiros iniciais. Para a maioria, o mais realista são as opções de funcionário: vá para Tencent, Alibaba, ByteDance, ou até para minha empresa, faça um bom trabalho, fique 2–3 anos e pode conseguir. Se vale a pena, depende do futuro da empresa.
Outro ponto: todo ano, empresas de tecnologia recém-listadas na Nasdaq, se caírem muito por ambiente ruim ou notícias negativas, até abaixo do custo das rodadas C e D de venture capital, mas os fundamentos não pioraram e o fundador é bom, esse “fundo do poço” vale estudar. Comprei Vipshop assim; Facebook abriu a US$ 38, caiu para US$ 18, muitos fundos pagaram mais que isso, era ótima entrada. Mas essas oportunidades não aparecem sempre, é como caçar: o cervo não passa a todo momento, você precisa esperar deitado.
Sobre bitcoin: acho que a tendência em 6500 ainda não terminou, a faixa de 5000–7000 deve oscilar por um bom tempo, não deve cair de repente. Acho que romper 10 mil é questão de tempo, sou otimista com bitcoin. Em 2017, ainda havia o ETF pedido pelos irmãos Winklevoss, se aprovado, seria positivo. Mas a volatilidade será grande. Como bitcoin já é alavancado, não recomendo usar mais alavancagem, nem operar futuros, pois quem tem pouco capital só vai sofrer. Eu quase não faço trading de alta frequência: comprei uma vez a pouco mais de 100 RMB, vendi a 6000; depois caiu para 1500 e comecei a comprar em lotes, 1500, 1400, 1300... até 900, até as ordens a 950 foram executadas, fiquei surpreso “como tem gente vendendo tão barato”. Recentemente subiu para mais de 5000, vendi tudo, não por pessimismo, mas por outros planos. Então, se quiser comprar a 6500, pode, mas não invista pesado, deixe espaço para comprar mais se cair, assim reduz o custo e, no longo prazo, é difícil perder.
Falando em Baidu, tenho grandes preocupações. Ela está presa à estrutura de lucros dos anúncios de busca, não consegue mudar; após a saída do Google da China, ficou “mal-acostumada”. Sempre segue as tendências de curto prazo do mercado de capitais, fez Baidu Waimai por causa do O2O, mas falta estratégia no mobile, muita confusão interna. Por isso, vejo como alvo para venda a descoberto. Subiu para 177, acho que acima de 185 já dá para vender; quem quer ser mais agressivo, 177 também serve. Para mim, acima de 190 é mais seguro, maior margem de segurança. Mas isso é só minha opinião.
Voltando ao bitcoin, não recomendo investir pesado a 6500 agora. O risco-retorno na faixa de 6000–8000 é mediano, a margem de segurança não é alta; pode cair no curto prazo, mas no longo prazo, manter é quase certeza de lucro.
Prefiro oportunidades com maior margem de segurança e mais convicção. Em qualquer investimento, é preciso ritmo e gestão de posição, não aposte tudo de uma vez. Cuidado com o impacto da “irracionalidade coletiva”: quando comprei a 1500 e caiu para 900, foi difícil manter a calma; por isso, não entre pesado no início, compre aos poucos conforme cai, reduza o custo e seja um investidor paciente de longo prazo.
A internet é o último canal de ascensão social
4. Quando percebeu que deveria empreender? Na noite em que percebeu que tinha ganhado mais de 10 milhões, conseguiu dormir?
Sun Yuchen: Esse foi um momento bem dramático na minha vida. Tecnicamente, no final de outubro de 2013, eu já tinha ganhado 10 milhões, mas não percebi. Eu estava focado estudando para o LSAT (exame de admissão em Direito). O LSAT é em fevereiro, junho, outubro e dezembro, e eu estava mirando a prova de 15 de dezembro.
Então, mesmo já sendo milionário, passaram-se duas semanas sem eu perceber, ainda preocupado com dois ou três dólares por dia. Eu só estudava para o LSAT, e só na noite da prova abri o computador para ver o preço do bitcoin e fiquei chocado: antes do isolamento, estava em 500 RMB, e na tela pulava para 6000 RMB. Achei que era erro do computador, confirmei com amigos e vi que era real. Fiquei muito emocionado.
Primeiro, é como escrever uma previsão de “o sol nasce no leste e se põe no oeste” e vê-la acontecer. É como um físico calcular a órbita de um planeta e depois encontrá-lo no céu. Como quando, pela anomalia da órbita de Urano, calcularam e descobriram Netuno. Foi uma alegria quase de “descoberta científica”. Segundo, éramos autodenominados “fiéis do bitcoin”, tínhamos forte apego emocional e convicção. Ver isso reconhecido na prática foi de chorar de alegria.
Claro que não dormi naquela noite, e isso mudou minha trajetória de vida, pois eu queria estudar Direito e ser advogado, era meu sonho. Mas essa experiência me fez mudar para o empreendedorismo, caminho que sigo até hoje. Na verdade, comecei a empreender em 2012, mas não via como carreira para a vida toda. O sucesso desse investimento me colocou em uma trajetória completamente diferente, mudando minha vida.
5. Ainda dá tempo de entrar na internet?
Sun Yuchen: É como aquela famosa pergunta: qual o melhor momento para plantar uma árvore? O primeiro foi há dez anos, o segundo é agora. Desde 1995, a cada poucos anos alguém faz essa pergunta; o melhor momento foi há dez anos, o segundo melhor é sempre agora. Isso ainda vale hoje. Quando Ma Huateng e Jack Ma começaram na internet, Sohu e Sina já estavam na Nasdaq, e mesmo assim eles se destacaram depois.
A internet muda muito rápido, o que é ótimo para jovens empreendedores. A cada 5 anos há uma nova rodada de mudanças. É como pôquer: se as cartas iniciais são ruins, espere a próxima rodada; em 5 anos, surge outra chance. O setor se reorganiza a cada 5 anos, às vezes até menos. Se você continuar jogando, uma hora pega uma boa mão. Wang Xing é o melhor exemplo.
Em 2003, Wang Xing voltou dos EUA e criou a “Xiaonei”, que fracassou e foi vendida barato para Chen Yizhou. Em 2007, criou o “Fanfou”, que também não deu certo, pois tocou em questões regulatórias e foi fechado; se não fosse isso, talvez hoje o Fanfou fosse o Weibo. Em 2010, após várias tentativas, fundou o Meituan, que virou uma empresa de bilhões de dólares. Wang Xing empreendeu em 2003, 2007, 2010, pegando oportunidades a cada três ou quatro anos, seguindo essa lógica.
No setor tradicional, é muito mais difícil dar a volta por cima. Primeiro, há poucas mudanças; quem começa bem, geralmente continua vencendo. Nos EUA, setores como petróleo e aço, com Carnegie e Rockefeller, uma vez estabelecida a liderança e com alto investimento, só uma revolução energética muda o cenário. O setor financeiro é parecido: marcas como Morgan Stanley e Goldman Sachs, uma vez consolidadas, é difícil competir.
A internet é diferente. Mesmo que você fracasse, ser “empreendedor serial” é valorizado pelos investidores. A internet muda rápido: há dez anos, os maiores eram Sina, NetEase, Sohu; hoje, Alibaba e Tencent. Baidu era parte do “BAT”, agora já se fala em “AT”, e o B está sumindo. Quando Sina e Sohu estavam no auge, muitos dos atuais “veteranos” nem tinham começado. Por isso, acho que sempre há oportunidades na internet.
Outra vantagem da internet é o crescimento rápido. Nem preciso citar exemplos externos, basta falar da minha empresa “Peiwo”. Em pouco menos de dois anos, e só cinco anos de empreendedorismo, o valor, receita e lucro da Peiwo já superam muitas empresas tradicionais com dez ou vinte anos de mercado. Em termos de eficiência de tempo e produtividade, é muito melhor. Nossa equipe de pouco mais de 30 pessoas equivale a 300 ou até mil em setores tradicionais. Um funcionário equivale a dez ou vinte deles. Por isso, a internet realmente é atraente.
6. No início do seu empreendimento, enfrentou muitos obstáculos. O que os investidores disseram?
Sun Yuchen: Esse também foi um ponto interessante na minha vida. Em janeiro de 2014, voltei para a China e, antes do Ano Novo Chinês, marquei reuniões com alguns investidores. Um sócio de um fundo famoso, antes mesmo de eu terminar de explicar minha ideia, disse: “Yuchen, não faça seus pais se preocuparem. Atualize seu currículo, ainda faltam 6 meses para a nova leva de estudantes voltando do exterior, você ainda é recém-formado. Isso é importante, talvez consiga residência em Pequim. Não faça besteira, não perca a chance de ser recém-formado e de conseguir residência, senão ficará sem emprego. Esqueça o empreendedorismo, procure um emprego.”
Hoje vejo que ele provavelmente queria meu bem, talvez achasse que eu não tinha capacidade para me sustentar; e realmente só faltavam 6 meses para o prazo de emprego, e eu não tinha experiência relevante. Mas na época me senti muito subestimado e reagi mal.
Respondi: “Eu nunca trabalhei antes de empreender, mas Zuckerberg e Bill Gates também não, e tiveram sucesso no primeiro projeto, por que eu teria que trabalhar antes?” Ele perguntou: “Você acha que é o Zuckerberg ou Bill Gates?” E a conversa terminou mal. Hoje penso que o importante é manter o propósito inicial.
7. Qual foi a fase mais difícil do empreendedorismo?
Sun Yuchen: Acho que o início não é difícil. Em 2012, quando comecei, não sabia nada, nem registrar empresa ou declarar impostos nos EUA. Mas como tudo era novo, apesar do trabalho duro, aprendia algo novo todo dia, então não precisava de “paixão” para aguentar. O difícil mesmo é depois de dois anos, quando a novidade passa, como em 2014, 2015, e o empreendedorismo vira rotina, parte da sua vida. Conseguir encarar isso como uma maratona e estar disposto a seguir é o desafio.
Por volta de 2014, fiz alguns cursos na Hupan University e tomei uma decisão importante: viver de empreendedorismo, ser um “empreendedor profissional”. O negócio pode fracassar; o Peiwo APP pode não dar certo, até fechar. Mas provavelmente eu só faria uma pausa e começaria outro projeto, sem mudar de vida. Para mim, isso foi uma libertação espiritual.
Desde o primeiro ano da faculdade, tive uma crise de identidade: não sabia quem eu era, qual o valor da vida, qual o rumo. Essa confusão mental e falta de estratégia causaram mais sofrimento e desvios do que a “falta de esforço”. Olhando para trás, aos 26 anos, estava na fase mais feliz da vida, não por dinheiro ou sucesso externo, mas por ter resolvido a ansiedade de identidade: sabia quem eu era, pelo que queria lutar, tinha clareza de propósito e estratégia. Isso é o núcleo da felicidade para mim.
8. Os setores tradicionais têm ambiente estável, muitos dados conhecidos e produção em linha, o que permite previsões de tendência para cinco ou dez anos. Mas na era da internet, há muita incerteza: produto, usuário, tendência. Como encontrar um método para lidar com a “incerteza”?
Sun Yuchen: O primeiro ponto, que todos conhecem, é o MVP. Aqui, MVP não é “jogador mais valioso” do basquete, mas minimum viable product, ou “produto mínimo viável”. No setor de internet, com ambiente e comportamento do usuário incertos, precisamos que “dados e realidade” nos digam para onde ir. Lembro que Zhang Xiaolong disse: “O produto não é desenhado, é evoluído.” Ou seja, nem ele sabia como seria o WeChat em dois ou três anos; tudo depende da experiência do usuário, cenário de uso e feedback de dados, com iteração constante.
Por isso, o investimento inicial no produto deve ser contido: faça a versão mais barata e simples, mas usável, para coletar feedback e validar hipóteses, depois evolua conforme a experiência do usuário. Isso é difícil para empresas tradicionais que querem entrar na internet. Muitos amigos da Cheung Kong Graduate School of Business passaram por isso: ao decidir migrar para a internet, querem criar um site ou app “completo”, planejando todas as funções de cinco a dez anos de uma vez, e pedem ao gerente de produto para fazer tudo de uma vez, o que é impossível na internet. O certo é “dar pequenos passos e iterar rápido”, aprimorando uma função por vez.
Como também sou membro do CPPCC, vejo isso em projetos do governo. Ao fazer projetos sociais, querem “fazer tudo de uma vez”, oferecendo ao povo uma “experiência completa de internet”, como vários “cartões sociais” e “plataformas de benefícios”.
Mas produtos de internet nunca são feitos de uma vez; até a viabilidade depende do feedback real dos usuários após o lançamento. A lógica tradicional de “aprovação e conclusão de uma vez” gera desperdício: ou o projeto já nasce obsoleto, ou não consegue evoluir conforme a realidade e o usuário, virando “obra inacabada”. O mecanismo de “piloto, validação, iteração”, típico da internet, muitas vezes não está nos processos do governo, dificultando sua adoção.
Resumindo: MVP + iteração rápida. Produtos de internet atualizam 10 a 20 vezes por ano, em média a cada duas semanas; o ritmo é rápido. No Peiwo App, mantemos esse ciclo de duas semanas, para que o usuário sempre tenha uma versão melhor. Mesmo assim, nosso ritmo nem é dos mais rápidos. Em setores tradicionais, o ciclo de atualização é de anos ou décadas, imóveis até 20, 30, 50 anos. Na internet, esses ciclos são comprimidos para “anual, mensal, semanal”, até “diário”.
Mais ainda, vemos que o formato de app será substituído por formas mais leves. Com H5/miniprogramas, “o que você vê é o que usa”, nem precisa atualizar localmente, basta atualizar no servidor e o usuário já tem a nova versão. Assim, a inovação e iteração estão sendo comprimidas ao nível de “segundos”. Nesse ritmo, quem pode garantir que algo será eterno e imutável?
Falando da vida universitária, compartilhei com amigos meu método de entrar em clubes: em vez de escolher um ou dois e ficar até o fim, preferia me inscrever em 20 ou 30, experimentar todos por duas semanas e depois escolher um ou dois para participar a longo prazo.
Isso é aplicar o “princípio da incerteza”: explorar primeiro, usar experiência real e feedback para filtrar, não planejar tudo antes. O mesmo vale para a carreira: muitos experimentam várias empresas e cargos no início, e só depois de um ou dois anos entram na área em que são melhores. Esse caminho de “testar, aprender, iterar” pode ser a melhor forma de alcançar a liberdade financeira hoje. Mesmo em setores tradicionais, é uma grande mudança de mentalidade.
9. Você sempre fala bem da internet. Afinal, por que ela é melhor que setores tradicionais? Qual é a principal vantagem da internet?
Sun Yuchen: Porque a internet não só criou um novo mundo, mas também libera muita demanda reprimida do velho mundo. Um exemplo típico é o e-commerce, que impulsionou o setor de entregas e aumentou o varejo total da sociedade. Hoje, falo de outro benefício: para quem faz negócios, a internet ainda está relativamente livre de regulações. O motivo é simples: a internet é nova, e embora quem trabalha nela saiba que não há “alta tecnologia” misteriosa, quem está fora acha complicado, e o governo entende pouco, então regula menos. Isso é fundamental para o desenvolvimento saudável do setor.
Por exemplo, na minha empresa “Peiwo APP”, nunca tivemos problemas com o departamento ambiental, raramente com o comércio, e nunca com anticorrupção, planejamento familiar ou saúde. Só precisamos lidar com impostos e previdência para os funcionários; com outros órgãos, quase não há contato. Para quem empreende na internet pela primeira vez, isso é uma grande vantagem.
Por quê? No curso de executivos da Cheung Kong Graduate School of Business, conversando com colegas de setores tradicionais, percebi que lá a regulação é muito mais rígida. Por exemplo, na mineração (como cobre), para alguns governos locais você é “presa fácil”, querem até colocar uma equipe fixa na empresa. Meio ambiente, segurança, qualidade, impostos, todos aparecem. Os processos nem sempre são transparentes, e passar nas inspeções depende de relações e custos. Até para aprovação de incêndio: oficialmente não há “empresa designada”, mas se não seguir o caminho “padrão”, pode demorar um mês; com a empresa certa, sai em uma semana. Para a empresa, com o local já alugado, quanto antes melhor. Esse tipo de “controle de tempo” é comum em qualidade, segurança, energia etc.
Alguém pode dizer: mineração é exceção. Então, pense em abrir um banho público em uma grande cidade. Parece simples: montar o local, aquecer a água, prestar o serviço. Mas, ao abrir, comércio e impostos são básicos, água e energia precisam de contato, meio ambiente verifica a chaminé, fiscalização urbana vê a fachada, saúde inspeciona, bombeiros avaliam riscos... um departamento atrás do outro, muitos exigem “colaboração imediata”. No fim, poucos problemas reais são encontrados, mas se pode abrir, por quanto tempo, quando abrir, depende dos outros, e surgem custos informais.
Seja “grande empreendimento” ou “pequeno negócio”, em muitos setores tradicionais, a regulação administrativa aumenta muito os custos. Do ponto de vista econômico, isso eleva artificialmente seu custo unitário. Um banho público poderia começar com 100 mil; com aprovações e custos regulatórios, vira 200 mil. No fim, isso é repassado ao consumidor, mas o empreendedor sofre com tudo isso. Já tentei economizar cuidando de aprovações sozinho, mas não vale a pena. Hoje prefiro contratar alguém e focar no que importa. Antigamente, até abrir empresa era difícil, por isso surgiram tantos despachantes.
Portanto, “simplificar a administração” é vital para o ambiente de negócios. A regra básica do comércio é: menos regulação, mais mercado; mais regulação, menos mercado. E a maioria dessas regulações ocorre antes de você “entrar no mercado”. Muitos custos regulatórios são pagos antes, ou seja, antes de abrir, sem receita, já precisa pagar várias “taxas de entrada”. Comparando mal: até a máfia espera você lucrar para cobrar “proteção”; já alguns custos regulatórios são exigidos só por querer empreender, mesmo sem saber se terá lucro. Não é imposto sobre o lucro, mas uma série de despesas antecipadas, elevando a barreira para empreender.
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