Novas regras para criptomoedas do Banco Central podem inserir 90% das empresas do Brasil no mercado cripto
Estudo da ABCripto e PwC revela que empresas brasileiras consideram a regulação o maior desafio, mas veem cripto, blockchain e tokenização como pilares da economia digital.
Um levantamento da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto), em parceria com a PwC Brasil, mostra que 90% das empresas ainda consideram as regras para as criptomoedas o maior entrave para o setor.
Mas os movimentos das últimas semanas, com a regulamentação do Banco Central e novas diretrizes da Receita Federal, abrem caminho para mais clareza, profissionalização e crescimento sustentável.
Ao mesmo tempo, diz o estudo, 80% das companhias apontam as criptomoedas como a tecnologia de maior impacto para seus negócios, enquanto blockchain e tokenização seguem se consolidando como infraestrutura essencial da economia digital.
De acordo com Fabio Moraes, Diretor de Educação e Pesquisa da ABcripto, o alinhamento entre inovação tecnológica e segurança jurídica definirá o ritmo de expansão do setor.
‘O Brasil está construindo uma infraestrutura financeira digital sólida, segura e inclusiva. Temos um mercado tecnicamente maduro, que domina blockchain, tokenização e cripto, mas precisa de um ambiente regulatório estável para liberar todo o seu potencial’, disse.
Ele completa dizendo que ‘quando regulação clara e inovação caminham juntas, o resultado é crescimento sustentável, eficiência e inclusão’.
Regras para criptomoedas
O estudo revela, ainda, que as criptomoedas são a tecnologia mais compreendida pelo mercado.
Assim, 73% das empresas declaram domínio técnico alto ou profundo e 97% reconhecem benefícios claros em aplicações como investimento, liquidez, intermediação e meios de pagamento.
A tokenização ocupa posição estratégica, sendo que 74% das empresas dominam a tecnologia, 73% enxergam aplicações diretas para eficiência operacional, diversificação de investimentos, captação de recursos ou automação de processos financeiros.
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Além disso, 60% acreditam que sua consolidação ocorrerá nos próximos dois a cinco anos.
O blockchain já é considerado infraestrutura essencial, com 83% das empresas dominando a tecnologia e 77% reconhecendo oportunidades de transformação ligadas à sua adoção.
Enquanto isso, apenas 3% não percebem valor na DLT.
Aplicações emergentes como finanças descentralizadas (DeFi) são reconhecidas por 47% das empresas, e NFTs aparecem no radar de 9% delas, com potencial de crescimento conforme padronização técnica e estabilidade regulatória avançarem.
‘A tecnologia é uma ferramenta que agrega valor ao trabalho realizado em diversos aspectos do mercado de criptoeconomia, tanto na gestão de riscos quanto na geração de maior eficiência e aumento da capacidade operacional’, afirma Ana Gonçalves, sócia da PwC Brasil.
Ela completa dizendo que ‘por isso, o tema da cibersegurança não pode mais sair da pauta. Ele acompanha o avanço do setor, assim como as práticas de prevenção à fraude’
Para Ana, a regulamentação ajudará a organizar o mercado, definindo quem deve operar e como se deve operar, mas, sozinha, não elimina todos os riscos de segurança.
Perfil do mercado
O ecossistema nacional é diverso, combinando fintechs, startups e grandes grupos.
Do total de empresas analisadas, 53% atuam em serviços financeiros, 23% em tecnologia, 10% em serviços profissionais.
Desse modo, os demais segmentos incluem educação, infraestrutura digital, consultorias e provedores de soluções corporativas.
Embora predominem empresas do setor financeiro, 63% não possuem licença bancária, evidenciando a presença de novos entrantes inovadores.
Em termos de maturidade, 53% das empresas estão em fase de consolidação, 20% em expansão, 20% no início da operação e 7% desenvolvendo produtos mínimos viáveis (MVPs).
Quanto ao porte, 23% são microempresas, 37% pequenas, 13% médias e 17% grandes corporações com mais de 500 colaboradores.
O faturamento varia: 30% movimentaram entre R$ 0,5 milhão e R$ 5 milhões em 2024, enquanto 27% superaram R$ 200 milhões.
As expectativas de crescimento seguem otimistas: 57% esperam expansão entre 1% e 50%, 23% até 100% e 17% acima de 100%.
Quanto ao público-alvo, 50% atendem exclusivamente pessoas jurídicas, 43% atuam com PJ e PF e 7% com foco no varejo.
A importância da regulamentação
Além da regulação, apontada como risco principal por 90% das empresas, surgem preocupações com cibersegurança (48%).
Escassez de profissionais qualificados (47%), fraudes (45%), além de limitações de escalabilidade e integração tecnológica.
De acordo com a ABCripto, a consolidação do setor é vista como um processo de médio prazo: 60% acreditam que ocorrerá entre dois e cinco anos.
A nova resolução do Banco Central, publicada em 10 de novembro e com vigência em fevereiro de 2026, estabelece regras de governança, capital mínimo, segregação patrimonial, gestão de riscos e sistemas de controles internos para prestadores de serviços de ativos virtuais (VASPs).
Tem-se a medida como crucial para profissionalizar o setor, reduzir riscos sistêmicos e fortalecer a transparência.
‘O avanço da regulação mostra que inovação e segurança caminham juntas. O Brasil vive um momento único, em que a tecnologia deixa de ser promessa e se torna base real para uma economia digital mais eficiente e acessível’, afirma Fábio Moraes.
Ana Gonçalves destaca ainda que as recentes resoluções do Banco Central do Brasil estabelecem diretrizes estruturantes para a atuação de instituições financeiras e prestadores de serviços no ecossistema de ativos virtuais.
Ela afirma que as normas reforçam pilares de governança corporativa, controles internos, compliance regulatório, prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo (PLD/FT), além de requisitos robustos de segurança cibernética.
Esse arcabouço regulatório contribui para a mitigação de riscos operacionais e sistêmicos, promovendo maior transparência, integridade e confiança no mercado.
‘O amadurecimento das práticas de gestão e conformidade, impulsionado por essas exigências, tende a consolidar um ambiente mais seguro e resiliente para operações digitais’, completa Ana.
Metodologia
O estudo ‘Criptoeconomia no Brasil 2025’ foi desenvolvido pela PwC Brasil em parceria com a ABcripto.
Ele ouviu empresas de diferentes portes e segmentos do ecossistema nacional de ativos digitais.
Coletaram-se os dados por meio de questionários quantitativos e entrevistas qualitativas entre agosto e outubro de 2025.
A amostra contempla empresas das principais regiões do país, com maior concentração no Sudeste, seguida pelo Sul, Nordeste e Centro-Oeste.
Assim, refletindo a localização predominante dos polos tecnológicos e financeiros.
O levantamento avaliou perfil organizacional, faturamento, maturidade tecnológica, adoção de blockchain, tokenização, DeFi, NFTs, análise de riscos, capacidades internas, perspectivas de crescimento e impacto regulatório.
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