Banco da Inglaterra pode flexibilizar limite de £10 milhões para stablecoins de empresas

O Banco da Inglaterra (BOE) está reconsiderando seus limites propostos para as participações corporativas em stablecoins após enfrentar oposição da indústria e crescente concorrência de outros países.

De acordo com uma reportagem da Bloomberg, o BOE planeja introduzir isenções que permitirão que certas empresas mantenham reservas maiores de stablecoins lastreadas em moeda fiduciária.

A proposta original estabelecia limites de 20.000 libras para indivíduos e 10 milhões de libras para empresas, a fim de abordar riscos sistêmicos associados a tokens como USDT e USDC.

A intenção do BOE com esses limites era manter o controle sobre a oferta de dinheiro, proteger os consumidores e evitar uma dependência excessiva de moedas digitais privadas.

No entanto, empresas nativas do setor cripto levantaram preocupações de que tais limites poderiam restringir suas necessidades operacionais de liquidez e negociação.

Simon Jennings, do UK Cryptoasset Business Council, argumentou que as restrições propostas “simplesmente não funcionam na prática”, destacando desafios para os participantes do setor.

O governador do BOE, Andrew Bailey, já havia expressado preocupações de que stablecoins privadas poderiam minar a política monetária e a estabilidade financeira.

No entanto, ele recentemente adotou uma postura mais aberta, reconhecendo as stablecoins como potenciais inovações dentro do ecossistema financeiro mais amplo.

Essa mudança reflete o esforço do Reino Unido para equilibrar regulação e competitividade, à medida que o mercado global de stablecoins supera US$ 314 bilhões, dominado por tokens atrelados ao dólar americano.

Em contraste, as stablecoins atreladas à libra esterlina representam apenas uma parcela insignificante, estimada em menos de US$ 1 milhão em circulação.

Reeve Collins, cofundador da Tether, previu na conferência Token2049 que todas as moedas fiduciárias poderiam existir como stablecoins até 2030, apoiando uma adoção mais ampla devido à facilidade de uso e compatibilidade com ativos tokenizados.

A abordagem em evolução do BOE sinaliza o reconhecimento da necessidade de adaptar políticas em meio ao rápido desenvolvimento do mercado e ao progresso regulatório internacional, especialmente à medida que os EUA avançam com regulamentações mais claras para stablecoins sob o GENIUS Act, sancionado em julho.