O recente rali do Bitcoin acima de US$ 107.000 trouxe um sentimento otimista para todo o mercado cripto. Mas, nos bastidores, alguns dos primeiros detentores de Bitcoin estão silenciosamente despejando bilhões de dólares em BTC para as exchanges.
Um deles, uma baleia OG, supostamente transferiu seus 11.000 BTC restantes, avaliados em mais de US$ 1,1 bilhões, para exchanges, levantando uma grande questão: os primeiros investidores de Bitcoin estão começando a vender?
Após anos de inatividade, Owen Gunden, detentor de Bitcoin de longa data e conhecido como um dos primeiros “OGs” do setor, recentemente transferiu uma quantidade massiva de Bitcoin.
De acordo com dados da Lookonchain, Gunden transferiu recentemente 3.549 BTC (cerca de US$ 361 milhões) para novas carteiras, sendo que 600 BTC já foram enviados para a exchange Kraken, um sinal de que a venda pode ser iminente.
Ele não está sozinho, várias carteiras antigas de Bitcoin da era Satoshi, intocadas por mais de uma década, de repente voltaram a ficar ativas.
À primeira vista, movimentos tão grandes podem parecer alarmantes. Mas analistas acreditam que isso não é um sinal de baixa, e sim um sinal de maturidade do Bitcoin. Esses primeiros detentores não estão perdendo a fé no Bitcoin; eles estão apenas mudando a forma como gerenciam sua riqueza.
De acordo com Dr. Martin Hiesboeck, chefe de pesquisa da Uphold, esses primeiros detentores de Bitcoin não estão ficando pessimistas. Eles estão fazendo uma rotação. Muitos estão vendendo Bitcoin à vista apenas para recomprá-lo por meio de ETFs, que agora oferecem vantagens fiscais significativas e segurança de nível institucional.
“Com as regras fiscais dos EUA favorecendo os ETFs, esse movimento faz todo sentido”, diz Hiesboeck. “Não se trata de desistir do Bitcoin, mas sim de mantê-lo de forma mais inteligente.”
A mudança também reflete uma alteração de mentalidade. Os primeiros adeptos viam o Bitcoin como uma revolução contra o sistema financeiro tradicional. Agora, ele está sendo incorporado a esse mesmo sistema, como um ativo regulamentado, negociável e de nível institucional.
Durante anos, os ganhos explosivos do Bitcoin definiram sua identidade. Mas sua taxa de crescimento anual composta agora esfriou para cerca de 13%, sinalizando que a maior criptomoeda do mundo está entrando em uma fase mais estável e previsível.
O analista macro Jordi Visser chama isso de “era da distribuição”, onde as baleias antigas realizam lucros e novos investidores institucionais entram no mercado.
Portanto, enquanto os OGs podem estar sacando, isso não significa que a história do Bitcoin está chegando ao fim. Pelo contrário, mostra que o rei das criptomoedas está amadurecendo, evoluindo de um experimento ousado para um ativo de investimento global estável.


