Cripto: Os Estados Unidos finalmente liberam o staking para ETFs

O mercado institucional de criptomoedas acaba de atingir um marco importante. O Tesouro dos EUA e o IRS agora autorizam ETFs e trusts de cripto a participarem de staking e redistribuírem recompensas aos seus investidores. Essa decisão pode muito bem revolucionar o mundo dos investimentos em ativos digitais.

Os EUA autorizam staking para ETFs de Cripto

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, formalizou esse grande avanço na segunda-feira. As agências federais agora fornecem “um caminho claro” para que produtos negociados em bolsa possam fazer staking de ativos digitais.

Na prática, ETFs de cripto agora podem gerar rendimentos adicionais por meio do staking e redistribuí-los aos seus investidores. Uma vantagem para o mercado institucional, que vinha exigindo essa clareza há meses.

As condições impostas permanecem rígidas, mas coerentes. Trusts devem estar listados em uma bolsa de valores nacional. Eles só podem manter dinheiro em caixa e um tipo de ativo digital, guardado com um custodiante aprovado.

Os riscos para os investidores também devem ser claramente mitigados. Um arcabouço rigoroso com o objetivo de proteger os indivíduos enquanto libera o potencial do staking institucional.

Bill Hughes, conselheiro sênior da Consensys, elogia isso como um passo “significativo” para a adoção do staking. “Esse arcabouço regulatório seguro traz a clareza tão aguardada”, explica. Promotores de fundos, custodians e gestores de ativos agora podem incorporar receitas de staking em seus produtos sem medo de sanções. Um grande obstáculo legal acaba de cair.

Essa decisão é uma continuação da aprovação, pela SEC, em setembro passado, de padrões genéricos de listagem para ETFs de cripto.

O IRS e o Tesouro consideraram diretamente essa mudança para atualizar suas recomendações. Uma coordenação interagências que reflete uma vontade política de regular, e não de impedir, a inovação financeira.

Solana mostra o caminho com ETFs de alto rendimento

O momento desse anúncio coincide com um fenômeno revelador. Desde o final de outubro, o Bitwise Solana ETF (BSOL) teve um início espetacular. Mais de US$ 545 milhões foram investidos em menos de duas semanas, incluindo US$ 30 milhões em um único dia.

Esse sucesso se explica por sua estrutura inovadora. O ETF oferece staking total com rendimento anual de 7%, sem que os investidores precisem deter o ativo diretamente. Um modelo que muda o jogo para instituições financeiras tradicionais, agora capazes de gerar renda passiva enquanto cumprem as normas regulatórias.

O contraste com os produtos existentes é marcante. Enquanto o BSOL capta capital, ETFs de Bitcoin perderam US$ 2.1 bilhões e ETFs de Ethereum US$ 579 milhões no mesmo período. Gestores de ativos claramente preferem blockchains que oferecem rendimento embutido, em vez de mera exposição ao preço. A Grayscale percebeu isso ao lançar seu próprio Solana ETF (GSOL), que já soma US$ 114 milhões.

As novas diretrizes do IRS vão amplificar essa tendência. Emissores de ETFs de Bitcoin e Ethereum em breve poderão oferecer versões “staking” de seus produtos. O potencial é considerável: no Ethereum, onde 28% do fornecimento total está em staking, os rendimentos variam entre 3% e 4% ao ano. Uma fonte substancial de renda para fundos que gerenciam vários bilhões.

Os Estados Unidos abrem assim uma nova era para o investimento institucional em cripto. Ao autorizar staking para ETFs, Washington transforma esses produtos em verdadeiros geradores de rendimento. A corrida pelos ETFs de cripto de alto rendimento está apenas começando.