Cem bilhões de dólares fluem para IBIT, e essa migração de ativos está apenas começando
Ao longo da história dos investimentos, o ouro sempre foi considerado o inabalável “rei dos ativos de refúgio”. No entanto, tudo começou a mudar em 2024. Em 10 de janeiro de 2024, a Securities and Exchange Commission (SEC) dos Estados Unidos aprovou oficialmente 11 ETFs de bitcoin à vista, incluindo os da BlackRock e Fidelity, dando início a uma migração de capitais sem precedentes. O capital começou a buscar um veículo mais explosivo e mais adaptado à era digital do que o ouro.
Hoje, olhando para trás a partir de 2025, o vencedor dessa migração é indiscutível: o IBIT da BlackRock.
Em menos de dois anos, ele percorreu o caminho que o ETF de ouro (GLD) levou mais de uma década para trilhar. De acordo com os dados mais recentes do relatório financeiro do terceiro trimestre, desde a academia de Harvard até a realeza do Oriente Médio, os capitais mais sofisticados do mundo estão, em uma velocidade sem precedentes, realocando suas posições do “velho ouro” para o “novo ouro”.
Do “nascimento” ao “gigante de 100 bilhões”
Primeiramente, precisamos entender o destino dessa migração — o que exatamente é o IBIT.
O IBIT (iShares Bitcoin Trust) é o ETF de bitcoin à vista lançado pela BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo. Seu surgimento resolveu o maior problema dos investidores tradicionais: conformidade e conveniência.
Com o IBIT, os investidores não precisam se registrar em exchanges de cripto complicadas, nem se preocupar com a perda de chaves privadas. Você pode negociar na Nasdaq como se estivesse comprando ações, mantendo ativos de bitcoin custodiados 1:1 pela BlackRock.
Foi justamente essa ponte de “securitização” que permitiu ao IBIT atingir uma velocidade inalcançável para o ouro:
◦ Marco dos 100 bilhões: O CEO da BlackRock, Larry Fink, anunciou recentemente que o IBIT ultrapassou oficialmente US$ 100 bilhões em ativos sob gestão.
◦ Comparação de velocidade: Para atingir esse volume, o GLD levou mais de uma década, enquanto o IBIT precisou de menos de dois anos.
Foi a construção dessa “ponte de conformidade” que finalmente deu aos grandes capitais tradicionais, há muito de olho nos ativos digitais, o ingresso para entrar nesse mercado.
A escolha de Harvard e da realeza
Se a compra por investidores de varejo é uma expressão emocional, a compra por instituições de elite é uma estratégia cuidadosamente pensada. Os arquivos 13F do terceiro trimestre de 2025 revelam um impressionante panorama de posições.
1. Universidade de Harvard: o ouro ainda está lá, mas o “novo favorito” cresce mais rápido
O fundo patrimonial de Harvard sempre foi conhecido por sua abordagem conservadora. Os dados mostram que, até 30 de setembro, Harvard detinha tanto GLD quanto IBIT.
◦ Posição em GLD: valor de US$ 235 milhões, crescimento trimestral de 98%.
◦ Posição em IBIT: valor de US$ 443 milhões, aumento trimestral de 257%.
Um detalhe interessante é que o valor da posição de Harvard em IBIT já é quatro vezes maior do que sua posição em ações da Nvidia (US$ 109 milhões). Isso indica que, para o capital acadêmico, o bitcoin deixou de ser um ativo marginal e passou a ser uma alocação mais central do que ações de tecnologia populares.
2. Realeza do Oriente Médio: vê o BTC como “reserva de valor”
O Abu Dhabi Investment Council (ADIC) aumentou sua participação em IBIT para quase 8 milhões de cotas no terceiro trimestre, avaliadas em cerca de US$ 518 milhões, triplicando em relação ao trimestre anterior.
A lógica por trás desse movimento é ainda mais ampla. O ADIC declarou explicitamente que “considera o bitcoin um meio de reserva de valor semelhante ao ouro”. Para fundos soberanos que buscam a transferência de riqueza entre gerações, isso é mais do que um investimento — é uma forma de hedge contra o futuro sistema monetário.
3. Baleias asiáticas: posição pesada contínua
Ao mesmo tempo, o family office da família Li Lin (Avenir Group) aumentou sua posição por cinco trimestres consecutivos e atualmente detém quase US$ 1,2 bilhão em IBIT, consolidando-se como o maior detentor institucional da Ásia.
Essas ações coletivas das principais instituições comprovam que o setor de cripto não é mais sinônimo de “especulação”, mas sim o foco do capital global. O IBIT é o melhor exemplo desse consenso global do período.
Um marco na estrutura de mercado
Além do crescimento explosivo em escala e posições, a própria estrutura do mercado também passou por uma atualização fundamental.
Por muito tempo, o mercado de derivativos de bitcoin foi dominado pela Deribit (uma plataforma voltada principalmente para usuários e traders nativos de cripto).
Mas, na semana passada, os contratos em aberto de opções do IBIT da BlackRock (US$ 38 bilhões) ultrapassaram oficialmente os da Deribit (US$ 32 bilhões).
Esse marco mostra claramente que instituições financeiras tradicionais e grandes investidores profissionais estão entrando rapidamente no mercado de bitcoin em larga escala por meio de instrumentos regulados. Essa integração profunda garante uma liquidez sem precedentes para o bitcoin, elevando significativamente a maturidade e a transparência do mercado.
Superando o ouro

O IBIT levou menos de dois anos para atingir um volume que os ETFs de ouro levaram mais de uma década para alcançar, mas isso é apenas a superfície. Sua superação do GLD se reflete, em última análise, nas vantagens estruturais do IBIT sobre os ativos tradicionais de refúgio:
◦ Vantagem de retorno: Enquanto ativos tradicionais de refúgio como o GLD normalmente apresentam retornos anuais de um dígito, analistas da Bloomberg apontam que, mesmo após correções de preço, o IBIT manteve um retorno anualizado próximo de 80% desde seu lançamento em 2024. Isso prova que o IBIT combina a estabilidade de um ativo de refúgio com o potencial explosivo de um ativo de crescimento.
◦ Resiliência de capital: ETFs tradicionais de ouro costumam sofrer saídas de capital durante quedas de preço. Mas, como mostram os dados da SoSoValue, mesmo em períodos de volatilidade, o IBIT registrou entradas líquidas diárias de até US$ 224 milhões. Essa resiliência de “comprar na queda” é exatamente o que faz com que instituições globais vejam o IBIT como uma alocação estratégica de longo prazo.
Em 10 de janeiro de 2024, a aprovação da SEC derrubou a primeira peça do dominó; em 2025, o IBIT, com US$ 100 bilhões em ativos, provou que essa migração de riqueza é irreversível. O ouro ainda é aquela âncora estável, mas em 2025, o bitcoin está se tornando o barco a motor nuclear.
Uma nova era de ativos digitais, impulsionada pelo consenso do capital global de elite, já começou oficialmente.
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