Strategy, o maior detentor corporativo de Bitcoin, está agora no centro de um risco crescente nos mercados globais de ações. O presidente Michael Saylor confirmou à Reuters que a empresa está ativamente engajada com a MSCI após o provedor de índices propor uma regra que poderia remover empresas que detêm mais de 50% de seus ativos em ativos digitais dos principais benchmarks. A decisão, esperada para 15 de janeiro de 2026, tornou-se uma data chave tanto para a Strategy quanto para a indústria de ativos digitais em geral.
A proposta da MSCI, apresentada em 10 de outubro, poderia reclassificar empresas com grande exposição em Bitcoin como “fundos de ativos digitais”, tornando-as inelegíveis para índices globais amplamente seguidos. Como trilhões de dólares em investimentos passivos acompanham os benchmarks da MSCI, a exclusão forçaria fundos de índice a vender imediatamente as ações da Strategy, e não de forma gradual. O JPMorgan estima que as saídas potenciais podem chegar a US$ 8,8 bilhões caso outros provedores de índices sigam o mesmo caminho.
Esse risco surge em um momento em que tanto o Bitcoin quanto as ações da Strategy estão sob pressão. Após atingir máximas históricas acima de US$ 120.000 em outubro, o Bitcoin caiu acentuadamente em meio à aversão generalizada ao risco, preocupações com uma possível bolha tecnológica impulsionada por IA e incertezas econômicas globais. As ações da Strategy, descritas por Saylor como uma “versão alavancada do Bitcoin”, caíram mais de 37% este ano, amplificando a queda do mercado cripto.
Atualmente, a Strategy está presente nos índices USA e World da MSCI, o que significa que grande parte de sua base de investidores consiste em fundos passivos, como ETFs. O JPMorgan alerta que a exclusão pode levantar dúvidas sobre a futura capacidade da empresa de captar dívida e capital próprio — uma questão crítica para um negócio baseado na aquisição de mais Bitcoin.
Saylor disse à Reuters que a empresa está participando da consulta da MSCI, mas questionou se as estimativas de saída do JPMorgan são precisas. Ele também reconheceu a volatilidade inerente: “Se o Bitcoin cair, a ação vai cair ainda mais, porque a ação foi feita para cair.”
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Dois caminhos estão à frente. Se a MSCI aplicar a exclusão, os mercados podem ver vendas antecipadas em janeiro, seguidas por um rebalanceamento forçado dos índices em fevereiro. Isso não necessariamente desencadearia um mercado totalmente baixista, mas reduziria um dos elos mais fortes entre o capital tradicional e o Bitcoin.
Em um cenário mais positivo, a MSCI poderia manter a elegibilidade da Strategy nos índices, removendo a pressão e reabrindo a porta para uma adoção institucional mais ampla.
O analista cripto Khan afirma que a maioria das preocupações em torno da Strategy é exagerada. A dívida da empresa não é garantida por Bitcoin, nenhum credor pode forçar liquidações e as reservas de caixa cobrem as operações por quase dois anos. Ainda assim, ele alerta que um mercado baixista profundo pode testar o modelo da empresa.
Por enquanto, o setor cripto observa atentamente o dia 15 de janeiro, uma data que pode redefinir como as empresas de ativos digitais interagem com os mercados financeiros globais.
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