CEO da VanEck alerta que tecnologia quântica pode testar a segurança central do Bitcoin

A segurança e a privacidade de longo prazo do Bitcoin podem enfrentar um sério teste com a computação quântica, de acordo com Jan van Eck, CEO da gestora de ativos VanEck.

Ele afirmou que a empresa ainda apoia o Bitcoin, mas reconsideraria essa posição caso sua proteção básica fosse comprometida.

VanEck questiona a força da criptografia do Bitcoin

Falando à CNBC, van Eck disse que um dos principais debates dentro da comunidade Bitcoin atualmente gira em torno de saber se a criptografia da rede pode resistir aos avanços futuros da computação quântica.

Jan van Eck CNBC Interview. Fonte: CNBC

“Há algo acontecendo dentro da comunidade Bitcoin que pessoas fora do universo cripto precisam saber,”

ele disse, observando que desenvolvedores e primeiros adeptos estão se perguntando se a criptografia atual do Bitcoin permanece forte o suficiente à medida que a pesquisa quântica avança.

Ele enfatizou que a VanEck apoia o Bitcoin atualmente e administra diversos produtos atrelados ao ativo. No entanto, acrescentou que a empresa existe há muito mais tempo que o Bitcoin e que “se afastaria” caso concluísse que o principal argumento de investimento do ativo não se sustentasse mais.

A VanEck é uma das maiores gestoras de ativos focadas em cripto do mundo. Seu ETF spot de Bitcoin nos Estados Unidos já atraiu mais de 1.2 bilhões de dólares em entradas líquidas desde o lançamento no início de 2024.

Detentores de Bitcoin exploram Zcash para maior privacidade

Com o aumento das preocupações com privacidade, VanEck afirmou que muitos apoiadores de longa data do Bitcoin começaram a buscar alternativas para transações mais confidenciais. Ele destacou especialmente o Zcash, um token projetado com ferramentas de privacidade mais robustas.

Ele disse que os “OGs” e maximalistas de Bitcoin estão prestando mais atenção ao Zcash enquanto buscam maneiras de manter os detalhes das transações mais privados on-chain.

O preço do Zcash subiu mais de 1.300 por cento nos últimos três meses, à medida que cresce o interesse por moedas de privacidade. Esse rali ocorre em meio a um movimento mais amplo de alguns usuários para se afastar de transações facilmente rastreáveis e adotar tokens que oferecem mais anonimato.

Ao mesmo tempo, alguns criptógrafos argumentam que a criptografia do Bitcoin não está em perigo iminente.

No início deste mês, o criptógrafo e cypherpunk de longa data Adam Back disse que não espera que computadores quânticos representem uma ameaça significativa ao Bitcoin por pelo menos 20 a 40 anos.

Ciclo de quatro anos do Bitcoin e risco de mercado de baixa

Além do risco quântico e da privacidade, van Eck afirmou que os mercados já estão se ajustando ao conhecido ciclo de quatro anos do Bitcoin. Ele argumentou que o padrão de fortes altas seguidas por correções acentuadas está sendo precificado com antecedência.

Ele disse que os investidores deveriam considerar construir posições durante as quedas, em vez de perseguir altas, descrevendo o investimento recorrente durante fases de baixa como uma forma mais disciplinada de ganhar exposição.

Van Eck também afirmou que o Bitcoin “com certeza” deve estar presente em portfólios modernos devido à liquidez global, amplo acesso e à realidade da atividade on-chain. Ele relacionou essa visão ao papel crescente do ativo nos mercados tradicionais e à sua infraestrutura de negociação já estabelecida.

Ele explicou brevemente o ciclo de halving, no qual a recompensa por bloco do Bitcoin cai aproximadamente a cada quatro anos.

Segundo ele, cada ciclo da última década incluiu um ano fortemente negativo. Ele afirmou que 2026 se encaixa nesse padrão nos gráficos históricos, e que alguns investidores já estão se posicionando para uma possível queda naquele ano.

O CEO acrescentou que este ciclo tem se mostrado diferente dos anteriores. Os ganhos do Bitcoin foram menores do que em bull runs passadas, e muitos esperam que qualquer correção futura também seja menos severa.