Ouro lidera ganhos em janeiro, enquanto dólar amarga pior desempenho

O início de 2025 trouxe movimentações significativas para o mercado financeiro. Ouro, Ibovespa e Bitcoin foram os destaques positivos, enquanto o dólar e o IFIX registraram as maiores quedas.

O levantamento do Índice de Ganho Real do Grupo Studio (IGRGS) apontou que, ajustados pela inflação , os ativos de renda fixa tiveram retornos mais modestos.

Ouro lidera ganho real de janeiro de 2025, seguido por IBOV e Bitcoin

Entre os ativos que se valorizaram em janeiro de 2025, o ouro liderou o ranking, com um ganho real de 7,23%. O Ibovespa ocupou a segunda posição, subindo 4,74%, seguido pelo Bitcoin, que avançou 2,75% . No lado oposto, o dólar teve um desempenho negativo de – 5,95%, enquanto o IFIX, índice de fundos imobiliários, recuou – 3,18%.

Ouro: refúgio em tempos de incerteza

A valorização do ouro está diretamente ligada ao aumento das incertezas globais. Tensão geopolítica e oscilações nas taxas de juros dos principais mercados fizeram com que investidores buscassem proteção em ativos considerados seguros.

De acordo com Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, o ouro mantém sua relevância histórica como reserva de valor.

Em momentos de instabilidade econômica, é natural que o mercado busque segurança em ativos com menor correlação com a volatilidade tradicional. O ouro continua sendo um porto seguro, explica Monteiro.

Bitcoin surpreende e mantém valorização

O Bitcoin, apesar da alta volatilidade, conseguiu manter um retorno positivo de 2,75% no período. A crescente adoção institucional e um ambiente macroeconômico favorável ajudaram a impulsionar a criptomoeda. Muitos investidores passaram a vê-lo como uma alternativa para diversificação de portfólio, buscando ativos descorrelacionados dos mercados tradicionais.

Monteiro destaca que, embora o Bitcoin ainda enfrente desafios regulatórios e de adoção em larga escala, a valorização reforça seu papel como um ativo digital de reserva.

Em 2024, o Bitcoin se tornou o ativo mais rentável, segundo o IGRGS.

Investimentos conservadores seguem atraindo investidores

Enquanto ativos de maior risco tiveram desempenhos variados, investimentos mais conservadores mantiveram rendimentos estáveis. Selic e CDI fecharam o mês com ganhos reais de 0,90%, garantindo retorno acima da inflação . A poupança , por outro lado, entregou apenas 0,56%, mas seguiu sendo uma opção para perfis mais cautelosos.

Monteiro ressalta que, mesmo em um cenário de volatilidade, os investimentos tradicionais continuam desempenhando um papel importante.

A Selic e o CDI seguem sendo referências para quem busca segurança. Com as variações da taxa básica de juros, esses ativos se mantêm como opções estáveis para o investidor que prioriza previsibilidade, pontua Monteiro.

Dólar e IFIX sofrem perdas

O dólar, que tradicionalmente é uma opção de hedge para momentos de incerteza, teve um desempenho fraco em janeiro, com queda de – 5,95%. A desvalorização pode estar ligada a mudanças na política monetária dos Estados Unidos, além do cenário econômico global mais favorável para emergentes.

Já o IFIX, índice que reúne os principais fundos imobiliários, caiu – 3,18%, impactado pela volatilidade no setor e pela cautela dos investidores em relação ao mercado imobiliário.

Lições para 2025: diversificação é essencial

O cenário de janeiro reforça a importância de diversificação de carteira e da análise do ambiente econômico. Com ativos tradicionais enfrentando dificuldades, o ouro e o Bitcoin surgem, principalmente, como alternativas para proteção e valorização.

Monteiro conclui que um planejamento financeiro estratégico precisa equilibrar segurança e oportunidade. “Os resultados mostram que uma estratégia bem estruturada, combinando ativos de diferentes classes, pode proteger contra perdas e aproveitar os melhores desempenhos do mercado”, finaliza.